sábado, 8 de março de 2014

RAPUNZEL


Os contos de fadas sempre me fascinaram. Minha mãe foi uma boa contadora de histórias e isso de certa forma contribuiu para que eu me tornasse uma leitora voraz desde a mais tenra idade.
O conto “Rapunzel” sempre despertou meu interesse... Tanto que o poema que eu posto na sequência foi escrito na minha adolescência. Relendo-o percebo algo que transcende as palavras escritas a lápis em uma página amarelada pelo tempo, provavelmente extraída de algum caderno escolar.
Através dele, eu entro em contato com a adolescente que  fui (e que ainda mora nos porões da minha psique). Percebo agora, que ali naquele momento e fazia um pacto comigo mesma.
O Conto “Rapunzel” abriu para mim,  sem que eu tivesse consciência, portais para universo dos arquétipos*. Talvez naquele momento eu tenha me conectado com a “alma” de toda a minha ancestralidade feminina.
Anos depois, tornei-me uma “cuidadora de almas”, psicoterapeuta e analista junguiana e criei o Projeto “Era uma vez... Histórias pra gente acordar”. São oficinas baseadas em contos de fadas, que funcionam como ferramentas de auto reconhecimento.
Utilizei muitos contos nas oficinas, mas não Rapunzel. Talvez até porque eu ainda estivesse trilhando o caminho dela. Com um “animus”** perambulando cego pelas florestas do inconsciente.
Mas algo mudou. Enquanto eu preparava o lançamento do Blog, o desejo de compartilhar Rapunzel bateu forte e junto com ele a inspiração para transforma-la na próxima oficina do projeto.
Compartilho então com os leitores e leitoras o poema Rapunzel. Um pacto que uma adolescente fez com a vida: ser responsável por si mesma.

RAPUNZEL
Oh! Rapunzel sem tranças
Presa na torre de vidro
Da solidão coletiva.
Não veio príncipe nem nada...?
Sequer uma bruxa malvada,
Pra lhe fazer companhia?
Então Rapunzel-menina,
Inventa outra escada!
Foge da torre que a vida,
Não vai lhe esperar parada.
Monta seu próprio cavalo.
Seja sua própria heroína!

Irene Carmo Pimenta

Notas:
Arquétipo: Do grego: “cunhagem original”. Imagens primordiais que se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência durante muitas gerações. São formas sem conteúdo próprio que servem para organizar e canalizar material psicológico.
Pra explicar um arquétipo tendemos a usar expressões como: “é como se...”

Animus: A personificação da natureza masculina do inconsciente da mulher.

Para mais informações sobre o "Projeto Era uma vez..." e as datas das próximas oficinas entre em contato através do e-mail contato@oficinadeconsciencia.com.br ou através do site www.oficinadeconsciencia.com.br

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